Titan é uma lua de Saturno. Um lugar bastante interessante e peculiar do sistema solar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A3_(sat%C3%A9lite)
Pois bem.
ETAPA 1 – Redução da quantidade de Hidrogênio
Para a primeira etapa, seria necessário o desenvolvimento de uma tecnologia que ainda não existe, porém sabemos que é possível, pois esse processo ocorre naturalmente dentro das estrelas: a fusão nuclear do hidrogênio.
Basicamente, o processo nessa etapa seria o seguinte:
4 H20 -> 4 H2 + 2 O2
4 H2 -> 4 He + Energia
Como há muito metano na atmosfera de Titan, o O2 liberado iria imediatamente reagir com o metano.
CH4 + 2 O2 -> CO2 + 2 H2O
A reação total resultante, para a primeira etapa, seria a seguinte:
2 H2O + CH4 -> 4 He +CO2 + Energia
Esse processo teria que ser aplicado até que todo o metano tenha se esgotado. Ao final, a quantidade de água teria diminuido, haveria uma grande quantidade de gás carbônico e hélio na atmosfera, e o satélite estaria mais quente devido à enorme liberação de energia das reações de fusão nuclear.
Caso a água acabe antes do metano, isso não é uma preocupação, já que água é bastante abundante nas proximidades, como nos anéis ou outras luas de Saturno. Mas espera-se que haja muito mais água do que metano em Titan.
ETAPA 2 – Redução da quantidade de Hélio
Etapa 2 é a mais complicada. Exige um aperfeiçoamento ainda maior da tecnologia ainda não-existente mencionada na etapa 1.
Toda a enorme quantidade de Hélio produzida na etapa 1 tem que passar por transmutações subsequentes, através de mais fusões nucleares, com o objetivo de gerar elementos e compostos sólidos, úteis ou necessários para a próxima etapa da terraformação, como por exemplo:
Oxigênio, fósforo, enxofre, manganês, potássio, sódio, cloro, silício, ferro, ouro, prata e metais úteis em geral, etc.
Sim, materiais como o ouro, para serem formados através de fusão nuclear, consomem energia em vez de gerar. Mas isso não é um problema, já que em Titan a disponibilidade de energia é enorme, o sistema saturniano tem uma quantidade enorme de Hidrogênio a sua disposição. O único problema é que ainda não existe a tecnologia para que isso seja feito; porém, pode-se afirmar com toda certeza que é possível, pois tais processos ocorrem naturalmente nas estrelas.
Com isso, atender-se-ia a três condições fundamentais:
– Produção local de elementos necessários para a vida, sem a necessidade de transportar e subtrai-los de outros locais;
– Aumento da densidade e da superfície terrestre do Satélite, com consequente aumento (embora ínfimo) da gravidade na superfície.
– Redução da pressão atmosférica que aumentou devido a grande quantidade de Hélio.
Ao fim desta etapa, as condições estariam propícias para a terceira e mais interessante etapa. Haveria uma atmosfera com grande quantidade de CO2 (embora sem oxigênio), haveria ainda água no satélite e a temperatura estaria já bastante elevada.
Outras condições, como a existência de nitrogênio, proteção da magnetosfera planetária de saturno, etc. já estariam garantidas naturalmente.
E outras teriam que ser fornecidas artificialmente, como a iluminação por exemplo, o que não seria problema, dada a enorme quantidade de energia liberada nos processos de fusão nuclear.
ETAPA 3 – Introdução da Biosfera
As primeiras plantas poderiam ser introduzidas. Elas fariam o seguinte processo:
CO2 + H2O + Energia Luminosa -> O2 + Materiais orgânicos como madeira e alimentos
A madeira poderia ser utilizada para a construção de estruturas, móveis, decorações, etc. Quanto mais matéria em forma de madeira e alimentos não perecíveis estocados, maior seria a quantidade de oxigênio atmosférico disponível. Até o ponto em que houvesse uma porcentagem razoável de oxigênio, e mantida em equilíbrio pela própria biosfera.
Com o término da etapa 3, estaria concluida a terraformação de Titan, com mares, terra, florestas, fazendas, animais, atmosfera respirável, magnetosfera, etc.
Enorme quantidade de Hidrogênio facilmente acessível no sistema de Saturno, para gerar enorme quantidade de energia por milhões de anos.
O único problema remanescente seria a gravidade. Esse, difícil de resolver.
Sim, é um processo extremamente complicado, caríssimo, demandaria uma quantidade enorme de tempo (até difícil estabelecer uma estimativa de quanto tempo seria necessário, mas certamente não seria menos do que da ordem de dezenas de milênios).
Porém, a recompensa seria enorme para quem* conseguisse fazer isso: tornar-se proprietário de um mundo inteiro (de acordo com os conceitos de apropriação original).
* “Quem” nesse contexto refere-se não necessariamente a uma pessoa sozinha, pode ser uma empresa, instituição, joint venture, nação ou grupo de nações ou combinações disso tudo, ou quem quer que participe de tal empreendimento, através de trabalho e/ou investimento.